Papudiskina - 10/12/2009

Cuidado com o médico que seu patrão escolher
Um projeto de lei do deputado federal Mauro Nazif prevê que os exames de próstata serão pagos pelo empregador. Tem muitos padrões por aí dizendo que se eles puderem escolher o médico, pagam com todo o prazer para que seus funcionários recebam a devida atenção. Que coisa, em Nazif? Defendendo os interesses dos médicos, não é?
Para quem já passou dos 40 é bom se preocupar com a saúde. Pesquisas confiáveis revelam que o câncer de próstata tem cura se o problema for detectado no estágio inicial. Por isso é muito bom que, deixando o preconceito de lado, os homens que estiverem na “segunda-idade” devem procurar o médico o quando antes. Só um lembrete: cuidado com os que têm dedos muitos longos.....

Vai um galho de arruda?
Lastimáveis as cenas de corrupção em Brasília, envolvendo o governador Arruda e seus “comparsas”. Foram cenas fortes, mas quem mais está sofrendo são os deputados e senadores, obrigados agora a conviver com esse desconforto, pois não é fácil administrar a situação. Ao mesmo tempo em que têm de demonstrar o repúdio ao que os seus “colegas” fizeram em nível local eles convivem com as comparações inevitáveis. Afinal de conta, “Caixa 2”, “dinheiro na cueca”, e “Mensalão” já foram temas recorrentes também no Congresso Nacional.

Em relação ao caso Arruda, o presidente Lula, inclusive, foi muito infeliz ao dizer que as imagens não falam por si. Depois, percebendo a besteira que cometeu e o alcance negativo de suas palavras, voltou atrás no dia seguinte. O presidente precisa ser mais bem assessorado, se é que se permite ser aconselhado, para deixar de ser tão diplomático com os políticos e dizer frases que envergonham a nação. Lula é um dos presidentes mais populares deste país, mas poderia estar muito melhor posicionado no conceito popular se deixasse de falar apenas para agradar os políticos de quem precisa de apoio para a “tal governabilidade”.

Essa situação corriqueira do presidente ficar nas mãos dos partidos políticos que têm maioria nos leva, muitas vezes, a questionarmos se a república realmente é a melhor forma de governo. Na monarquia pelo menos tínhamos alguém que detinha o poder e o comando da nação enquanto estivesse vivo, com exceção feita apenas se, por motivo de saúde, perdesse suas faculdades mentais, ou seja, se fosse considerado incapaz. Penso que a Legislação deveria coibir certos abusos do Legislativo, deixando que o presidente devesse apenas respeitar as leis e a constituição. Só que, em nosso país, qualquer administrador pode até mandar as leis às favas se tiverem um bom relacionamento com a classe política.

Essas amarras a que estão sujeitos os administradores públicos é que leva a população a acreditar sempre de que, quem é honesto, não pode e nem deve ser político. É por isso que gente como Paulo “Malandruf” e “Roubadin” Roriz que sempre se dão bem na política, pois os seus eleitores, ao serem consultados porque votam nesse tipo de gente, dizem: eles roubam, mas fazem. Aqui em Rondônia todos comentam o jeito pouco ortodoxo de governar do ex-prefeito Melki Donadon, mas é muito difícil que ele perca uma eleição em Vilhena. Seus irmãos, Natan Donadon e Marco Donadon também não têm boas referências no que diz respeito à moralidade pública, mas sempre conseguem importante votação no cenário político.

Um ano de padre Franco
Falta pouco mais de duas semanas para que a nova administração complete um ano de atuação à frente do Poder Executivo em Cacoal. Durante a campanha eleitoral, criou-se uma expectativa muito grande em relação à administração da prefeitura através de um padre. Não foi o PT que elegeu Francesco Vialetto e nem a sua militância política. Ele foi eleito em razão de seu grande prestígio como sacerdote. O problema é que administrar uma cidade é completamente diferente da administração de uma igreja. No serviço religioso, o sacerdote deve se ater à doutrina da fé que professa e, na política, ele precisa ser duro demais com os adversários e benévolo demais com os aliados. O pior de tudo é que, quem está no poder executivo, precisa sempre ter mais “amigos” do que “inimigos”. Então, para resolver essa equação, precisa sempre conquistar e manter aliados à base de favores políticos. Já sabíamos, todos nós, que o padre, sendo uma pessoa íntegra, jamais aceitaria esse tipo de “acordos”.

Então, diante de tal situação, ele corre sérios riscos de decepcionar o seu eleitorado se não conseguir equilibrar-se nesse tabuleiro de xadrez que é a política. Ou ele se rende “ao costume vigente” e contraria os princípios nos quais sempre acreditou e professou, ou ele abre mão do comando e deixa nas mãos de secretários e demais membros do staff político para que sejam os administradores de fato.

Nós, que amamos Cacoal, torcemos para que o padre Franco consiga administrar bem a nossa cidade, sem abrir mão dos seus princípios, mas também mantendo um papel conciliador para driblar os mais recalcitrantes da política. Torcemos, acima de tudo, que ele tenha comando de suas ações. Digo isto por que, em muitas cidades, os financiadores de campanha são os que realmente mandam na administração pública. Aos que apoiaram financeiramente o padre nas eleições passadas, nosso pedido e apelo é: “não pensem apenas em retorno financeiro de suas ações, mas as considerem como uma contribuição ao bem estar de nossa cidade”.

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Clarim da Amazônia