Transporte Alternativo, Já!

Valdemir Caldas (Porto Velho) - A brutal cena de violência ocorrida na semana passada nas imediações do terminal rodoviário de Porto Velho, quando a policia entrou em cena para retirar moto taxistas que circulam pelas ruas da capital, em meio a um conflito que obrigou até mesmo a exibição de armas de fogo por parte das autoridades policiais para poder conter os ânimos, mostra que a administração Sobrinho perdeu o controle da situação.

Com efeito, na semana passada, estudantes da UNIR protestam, no campus da faculdade, contra a situação do sistema de transporte coletivo que os serve, especificamente, com direito a pichação de ônibus e palavras de ordem.
Os alunos reclamam (e com justa razão) que se têm reunido com autoridades, pedindo-lhes a melhoria dos serviços que lhes são prestados, mas as providências têm ficado, apenas, nas promessas. Prejudicados, os universitários resolveram apelar para uma manifestação mais concreta de repúdio ao mau serviço.

Em vez de sair em defesa dos usuários, que pagam uma das tarifas mais caras do país, a Secretária Municipal de Transportes e Trânsito (SEMTRAN), Fernanda Moreira, estranhamente, resolveu puxar a brasa para a sardinha dos empresários, tentando justificar o injustificável.

Graças à incompetência da SEMTRAN, que não tem autoridade para fiscalizar e punir as empresas que vêm praticando desrespeito em cima de desrespeito contra o usuário, é que o serviço de moto táxi é uma realidade. E não adianta recorrer ao uso da força bruta. Até porque isso só dificultaria ainda mais o problema.

Uma coisa é certa: se o usuário tivesse acesso a um serviço de qualidade, com ônibus limpos, cumprindo o horário de tráfego e em número suficiente para atendê-lo, dignamente, dificilmente ele pensaria duas vezes antes de sentar-se na garupa de uma moto. Mas isso parece de somenos importância para o prefeito Sobrinho e a secretária Fernanda.
É imperioso que a administração municipal cumpra o seu dever constitucional de garantir um transporte coletivo de qualidade à população. É preciso, urgentemente, que a secretária da SEMTRAN, Fernanda Moreira, a cuja pasta o problema está afeto, assuma, com competência, responsabilidade e determinação, o combate ao monopólio que domina o setor e inferniza o dia-a-dia da população, que, lamentavelmente, depende dessa modalidade de serviço.

Perguntado por um jornalista se era a favor ou contra a regularização do serviço de moto táxi, na capital, uma autoridade municipal respondeu que Porto Velho não precisa desse tipo de atividade para gerar emprego.
O município passa por um momento exuberante, com a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau. Além disso, a cidade não tem um hospital e o trânsito é caótico, disse o cidadão. Sobre o péssimo sistema de transporte coletivo, porém, nenhuma palavra.
O prefeito precisa mostrar quem ainda manda no município. Quando o principio da autoridade desaparece, a situação descamba para a bagunça generalizada. Quer queira, quer não queira, o transporte alternativo é um clamor de significativa parcela da população, sobretudo por parte de muitos que dependem dos ônibus calhambeques que circulam pelas ruas da cidade. Se, para as algumas autoridades municipais, o serviço de moto táxi é inviável, pois, então, que se coloquem vans e kombis para atende a população.

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Clarim da Amazônia