Papudiskina em 26/02/2009

Depois do "salário desemprego" vem aí o salário do desencarcerado -
Vi muitos comentários de internautas a respeito de uma bolsa que o senador Expedito Júnior estaria propondo para atender ex-presidiários e, em princípio, achei que fosse gozação, mas procurando informações oficiais vi no próprio site do senador essa informação confirmada. Diz a nota no site: "A proposta prevê uma bolsa-desemprego a ser paga no período de seis meses no valor de um salário mínimo para que o egresso tenha condições mínimas de dignidade para retornar ao convívio social, sem incorrer no risco de retornar à criminalidade", afirma o senador na justificação.
No caso do "salário desemprego" tem gente que pede as contas só para curtir umas férias prolongadas. Claro que não se pode generalizar. Mas a pergunta é: "caso se aprove tal lei não corremos o risco de muitos criminosos quererem ir para a cadeia só para depois obter o benefício"? Não vejo nada de errado o estado intervir para que o egresso do sistema prisional tenha acesso a cursos de qualificação, alojamento nos primeiros dias até conseguir o seu próprio espaço (no caso dos que perderam o afeto dos familiares depois de deixar a prisão), mas garantir-lhes uma bolsa desemprego já parece exagero. Por que em vez disso o estado não cria oficinas para provê trabalho aos presos enquanto cumprem suas penas? Assim, pelo menos teriam mais chances de uma reintegração laboral e social, além de ganhar algum dinheiro para prover o sustento de seus familiares enquanto estiver detido. O alto nível de reincidência é decorrente da falta de uma política ocupacional para os presos. É isso que penso. Além disso, contamos com uma sociedade hipócrita e cruel, que em vez de buscar medidas sócio-educativas para os presos, acaba contribuindo para que os criminosos fiquem cada vez mais ressentidos e violentos.
Vejo, com tristeza, programas de TV, algunsd dirigidos até por políticos, que incentivam a barbárie, a justiça particular e a vingança de populares contra criminosos. É claro que nos revoltamos ao vermos notícias de estupros, latrocínios, sequestros, etc, mas mesmo nesses casos temos de pensar racionalmente e não apenas no ímpeto de nosso furor. O engraçado é que, em geral, no dia a dia, os brasileiros demonstram seu repúdio a pena de morte, mas basta um crime de grande repercussão para vermos aqui e ali ecoarem os gritos de "mata, mata"....Por isso, proposta como esta do senador Expedito, mesmo com aparência de boa, pode não prosperar. O que é necessário mesmo é investimento na educação, na qualificação não só de presos mas também de desempregados, pois muita gente comete crimes justamente após perder seus empregos e, no desespero, partem para pequenos golpes e de degrau em degrau tais pessoas acabam entrando de vez para o mundo da criminalidade.

Cacoal
Vamos agora falar um pouco sobre Cacoal e os problemas de nosso dia a dia. Muita gente tem gastado tempo demais para criticar e tempo de menos para sugerir. Mas em parte consigo entender os que fazem suas críticas, pois a ansiedade e as expectativas era muita por parte da população. As pessoas que votaram no candidato Francesco Vialetto, o padre Franco, queriam soluções mágicas, coisa que não me lembro dele ter prometido. Mesmo assim, as pessoas esperavam um início de administração com soluções arrebatadoras e agora, quase dois meses sob a nova administração, começam a se desesperar com a falta de soluções até para aquilo que, em tese, parece simples demais como operações taba buracos, recuperação de meio-fios, coleta de lixo doméstico, etc. Eu não diria que está faltando vontade, mas, no mínimo, familiaridade dos novos secretários. A verdade é que neste país, antes do carnaval, tudo fica inerte, parado. Esperemos, então, que a partir de março as coisas sejam mais aceleradas. Se os secretários tirarem os pés do chão e abandonarem o espírito de letargia, as coisas vão melhorar!

Padre Franco ou prefeito Francesco Vialetto?
As pessoas precisam entender que o Sr. Francesco Vialetto agora é o chefe do Poder Executivo. Não é mais padre. As duas coisas não combinam. Ou ele assume a condição de prefeito e declina da condição de padre - pelo menos nesse hiato de 04 anos - ou então vai ter muita dificuldade. Eu acho que ele sabe disso. Tanto que percebi isso em uma reunião em que ele demonstrou não ter gostado que o chamassem de padre. Ele deu a entender que, para os fiéis, sempre será padre, mas no exercício de sua função ele quer - e está sendo justo e honesto consigo mesmo - que chamem-no de prefeito. Quem está de fora gosta de criticar, caçoar e às vezes até zombar. Mas a vida de político que quer fazer da honestidade a sua marca registrada não é nada fácil. O prefeito Franco Vialetto ainda tem capital social junto ao público, apesar dos desgastes destes primeiros dias, em decorrência da falta de recursos e outras coisas mais. Ele aindtem tudo para conquistar o respeito e a admiração dos mais de 60% dos eleitores que confiaram em seu projeto de governo. Isso, claro, se os seus secretários e seu staff político não prejudicar. O problema é que em início de administração é muito comum todo mundo dar palpites. Algumas sugestões são "auspiciosas", mas outras simplesmente são carregadas de intenções não muito boas.

Críticas gratuitas e sem fundamentos
O que se observa também - eu já disse aqui e vou repetir - é o desejo de muitos dos que se dizem aliados do prefeito em desqualificar qualquer pessoa, mesmo as competentes, com base em sua participação política ou ideológica, ou ainda simplesmente por tal pessoa ter feito parte, direta ou indiretamente, da administração passada. Por conta desse espírito inquisitório é que vemos a covardia daqueles que ficam perseguindo a jornalista Eli Batista, assessora de imprensa. É fato que ela também foi assessora na gestão passada, mas sempre vi seu trabalho ser feito com muito profissionalismo. Eu sempre vi o trabalho da Eli como sendo bastante técnico e, portanto, essas críticas a ela são um golpe baixo. Mas tenho certeza de que o prefeito Franco Vialetto não dará ouvidos a essa truppe que a acusam sem ao menos conhecê-la pessoalmente. Eli, seja forte, não desista e conte comigo, sempre!

Eleição em Riozinho neste domingo
Neste domingo é dia de eleição no distrito do Riozinho para a escolha da nova diretoria de bairro. O evento é promovido pela UMAM, que no último dia 15, elegeu presidente nos principais bairros da cidade. Cerca de 8% dos eleitores de Cacoal compareceram às urnas. Um número bem elevado tratando-se de votação para a escolha de lideranças comunitárias, cujo voto é facultativo. A classe política deveria aproveitar o exemplo e estabelecer que o voto no Brasil seja facultativa também durante a escolha de membros dos poderes Executivo e Legislativo.

Bom exemplo
A Secretaria de Ação Social de Pimenta Bueno aproveitou a experiência dos ex-conselheiros e conselheiras tutelares e as contratou. Ninguém melhor do que esse pessoal para lidar com diversos problemas no âmbito social. Parabéns ao prefeito Augusto Tunes Plaça (PMDB).

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