Assessor de Imprensa do Governo de Rondônia faz relato de visita ao Peru

Vou começar o relato do terceiro dia atrasado, é manhã fria de sábado (16), estamos em Puno, no alto dos Andes, e não tivemos tempo para escrever nada na noite de quinta e nem ontem, sexta-feira, por isso o atraso.

A quinta-feira foi de muito trabalho para toda comitiva em Puerto Maldonado, nossa primeira escala no Peru, onde chegamos na tarde de quarta. Pela manhã visitamos o Lairton, nosso motorista que foi operado de apendicite na madrugada anterior, no Hospital Santa Maria, e que estava muito bem de saúde. Enquanto isso os empresários foram à Universidad Amazônica, semelhante ao campus da Unir da BR-364, onde se reuniram com empresários locais. O coordenador da Receita Estadual Ciro Funada fez uma apresentação do que Rondônia produz e o potencial econômico do estado, impressionando os empresários locais pelos números da produção agropecuária. Os peruanos são grandes consumidores de frango, miúdos bovinos, milho e batata, e produzem principalmente o calcário para correção do solo. Alguns negócios nestas áreas começaram a ser entabulados entre as comissões.

Por volta das 11:00 horas nossa equipe saiu da reunião e foi cobrir o encontro do governador Ivo Cassol com o governador do Departamento de Madre de Dios (Departamento no Peru equivale a Estado no Brasil), o alcaide (prefeito) da Província (município) local e autoridades governamentais. Foram apresentados os motivos da nossa viagem e ambos governadores se entenderam nas propostas de interesse comum, principalmente a redução da carga tributária para o Peru importar a carne rondoniense. Atualmente a Argentina é o maior fornecedor do produto, que chega a preços bastante superiores ao mercado local, e houve grande interesse das autoridades no sentido de derrubar as barreiras alfandegárias, que serão levadas aos respectivos ministérios de Relações Exteriores e Fazenda de ambos os países para que se chegue a um denominador comum.


Ceviche, Juane, Tacacho e Piscosawer

Após a reunião houve uma entrega de presentes à delegação rondoniense, e seguimos para um almoço, e aí começou a complicação: os pratos peruanos são todos a base de batata e milho, além de caldos, e praticamente não existe o nosso conhecido arroz com feijão, macarrão, bife e salada. Serviram uma limonada sem açúcar e Ceviche, um prato pequeno, do tamanho de uma xícara, com um pedaço de peixe curtido no limão e coberto de cebola, pimenta, gengibre e rocoto, uma espécie de pimentão muito forte. É uma sala típica deles aqui, mas não deu para encarar, era muito picante!

O prato principal foram servidos 3 iguarias locais de uma vez: Juane, que é uma pamonha de mandioca amassada com recheio de frango desfiado e ovo cozido e pimenta enrolada numa folha de bananeira, chamada de bijao. Também tinha Tacacho, um bolinho de banana verde amassada com torremos que é um prato típico das festas juninas aqui e o Papico, que é um filé de frango (que aqui se chama pollo) assado com ervas locais, pimentão e tomate, tudo brindado com o Piscosawer, a caipirinha daqui feita com pisco (cachaça de milho), limão e clara de ovo batida para fazer espuma, com uma pitada de canela em cima. É uma bebida muito forte, mas os peruanos brindam e bebem um copinho numa golada só! O governador Ivo Cassol e a grande maioria dos empresários preferiram apenas brindar e beber água mineral...

À tarde fomos visitar uma grande madeireira, que processa mogno e cerejeira para exportação. Nos explicaram como é feito o controle de corte da madeira, com registro de origem determinado por G.P.S. para cada árvore cortada. Para fechar a agenda fomos a uma emissora de televisão a cabo, o Canal 3, onde Cassol falou do potencial econômico de Rondônia e do potencial econômico que ambos os estados possuem e deverá ser melhor aproveitado. “Até hoje nós vivemos de costas um para o outro, e somos praticamente vizinhos, chegou a hora de ficarmos de frente e aproveitar a oportunidade que temos” disse o governador.

Por volta das oito da noite fechamos os últimos detalhes para o retorno do Lairton (nosso motorista operado) para Porto Velho no domingo, uma tarefa bastante complicada, pois não existem vôos nem para Rio Branco, mas graças às atenções dos dirigentes locais tudo correu bem, e ele deve chegar em casa no final da tarde de domingo.

Fomos todos dormir cedo, pois no dia seguinte enfrentaríamos o maior desafio de toda a viagem: acordar às 3:00 da madrugada para a travessia dos Andes e chegar a tempo em Puno, a cerca de 610 quilômetros de distância, mas que deveria nos consumir 12 horas de viagem, no mínimo.

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Clarim da Amazônia